Tendo observado os exemplos anteriores de variação de registro , voltemos a definir as noções de campo , relações e modo com maior precisão quanto ao discurso. Para isso, vamos recorrer a Motta-Roth e Heberle (2007). Essas autoras (p. 17), usando os ensinamentos de Halliday (1989, p.12) e Hasan (1996, p. 39), ressaltam que essas três variáveis são necessárias para especificar o contexto da interação pela linguagem. A saber: • o campo do discurso ou a natureza da prática social [institucionalizada ou não] realizada pelo uso da linguagem – o tipo de ato que está sendo executado e seus objetivos (elogiar, culpar, informar, etc.); • a natureza das relações entre os participantes do discurso – os papéis de agente (pai/mãe e filho, autor e leitor, etc.); o grau de controle de um participante sobre o outro; a relação entre eles (hierárquica ou não-hierárquica: especialista/palestrante com a platéia ou amigo/a interagindo com um/a amigo/a, etc.); a distância social existente (mínima ou máxima: participantes que interagem freqüentemente, participantes que se conhecem fora daquele contexto específico, etc.); • a natureza do modo do discurso – o papel desempenhado pela linguagem (constitutivo ou auxiliar/suplementar); o compartilhamento do processo entre os participantes (dialógico ou monológico); o canal da mensagem (gráfico ou fônico); o meio (falado - com ou sem contato visual; ou escrito). Essa re-elaboração das noções de campo, relações e modo pode ser representada conforme se vê na Figura 2.2.
REGISTRO Registro é a configuração de escolhas lingüísticas apropriadas a cada contexto de acordo com as variáveis campo, relações e modo. Em outras palavras, o registro pode ser definido como o conjunto de escolhas que fazemos de elementos da linguagem – em diferentes contextos – em termos de campo, relações e modo.