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Análise do Discurso L06
         
 
1.2 ORIGENS DA ANÁLISE DO DISCURSO

Nas décadas de 60 e 70, várias áreas do conhecimento, tais como a lingüística, a antropologia, a sociologia, a filosofia, a psicologia, entre outras, iniciam uma busca crescente pelo estudo da linguagem, mais precisamente pela relação entre o uso de linguagem e o momento social/político/histórico em que tal uso se dá.
A Análise do Discurso surge em meio a esse contexto, em que os estudiosos procuram entender o processo de construção de sentidos em situações reais de uso de linguagem.
Para fazer Análise do Discurso, alguns princípios básicos devem ser respeitados. Hoje, segundo nos relata Caldas-Coulthard (1997), dentre as pesquisas resultantes dessa área do conhecimento, podemos destacar abordagens críticas e não-críticas do discurso. Das abordagens não-críticas, fazem parte, por exemplo, os estudos de análise da conversação (LABOV, 1972; SACKS, SCHEGLOFF, JEFFERSON, 1974; MARCUSCHI, 1986; entre outros), e o trabalho de Sinclair e Coulthard (1975) acerca do discurso de sala de aula. Nesses estudos, está em pauta a descrição das práticas discursivas e a identificação da influência do uso de linguagem, da comunicação e da interação no contexto de sala de aula (no caso dos estudos de Sinclair e Coulthard, por exemplo); ou seja, investiga-se como se dá a interação professor-aluno nesse contexto social (como inicia a aula, quem inicia, quem pergunta, quem responde, como se pergunta, como se responde, como se reage a uma resposta e assim por diante) e de que forma o uso de linguagem e as crenças dos participantes sociais desse contexto contribuem para essa realidade.