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psicologia da educação de surdos
É muito difícil para as mães que ficam nesse lugar, pois elas vêem o filho como uma extensão delas. Por trás dessa situação percebe-se uma grande dificuldade em enfrentar a surdez do filho. Em muitas falas de mães e também de pais encontra-se a negação da surdez do filho, evitando ter que se ver de frente com a impossibilidade do filho ouvir e a impossibilidade de não ter como reverter essa situação.
Vorcaro (1999) aponta que quando os pais se deparam com a surdez do filho vêem-se de frente com a idéia de insuficiência do filho, que é assimilada como equivalente à debilidade ou à morbidade. Os pais perdem a imaginação em relação aos sonhos que acompanhavam a chegada do filho e passam a olhá-lo sob a ótica da imperfeição. Com isso, o bebê surdo perde o lugar de destaque na família que geralmente acontece quando nasce um filho, comprometendo a relação entre os pais e o bebê.
Mathelin (1997) denuncia que, mais grave do que isso é quando a mãe, ao se deparar com um filho tão diferente daquele que ela imaginou e que se preparou para receber e amar entra em pânico, em desespero, não podendo, muitas vezes, se reconhecer como mãe daquele filho tão diferente do sonhado. Se a mãe não consegue se reconhecer como mãe deste filho, este, também estará impossibilitado de se reconhecer como filho dela.