A autora comenta que ao tentar responder o que é ser pai/mãe de um filho surdo surge uma série de sentimentos que são vividos com muita intensidade. Estes sentimentos são vividos com intensidade no período da descoberta da surdez do filho e podem perdurar por muito tempo. Entre eles a autora cita:
inadequação e raiva – sentem que foram ‘roubados’ do sonho do filho perfeito e das expectativas que criaram para aquele filho que nasceu tão diferente do que esperavam.
impotência – com o nascimento do filho surdo vivem a sensação de não poder fazer nada, de não poder mudar essa realidade, vivem uma sensação de impossibilidade que os assustam.
sentimento de perda do controle e de liberdade pessoal.
culpa – pensam ter feito algo que causou a surdez do filho e se culpam por isso. Em muitos casos os cônjuges se acusam, buscando um culpado para o nascimento do filho ‘deficiente’ gerando conflitos sérios no relacionamento do casal.
vulnerabilidade – medo e ou receio de serem reconhecidos nas suas dúvidas, incertezas, nas fraquezas frente o enfrentamento da situação.
confusão – nos estágios iniciais de aprendizagem os pais se mostram, geralmente, confusos frente às informações que recebem. Essas informações, às vezes chegam a ser contraditórias, sendo sentidas como ameaçadoras. Ex: Por um lado os pais são orientados pelo médico que o filho precisa ser protetizado e começar o mais cedo possível a aprendizagem da língua oral com uma fonoaudióloga e, por outro, são orientados a matricular o filho na escola de surdos para ter acesso o mais cedo possível a língua de sinais e a comunidade surda e que o aparelho auditivo não é necessário. Ficam na dúvida e não sabem em quem devem acreditar, qual o caminho mais adequado para o filho.