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psicologia da educação de surdos






Apropriação do simbólico

Através da aquisição da língua de sinais os surdos tornam-se sujeitos falantes. Conseqüentemente um mundo de possibilidades se abre, possibilitando uma interação com o meio.
A língua de sinais proporciona-lhes novas orientações e novas possibilidades de aprendizado e ação, dominando e transformando as experiências anteriores. Com isso, podem apropriar-se da esfera simbólica do passado e do futuro, saindo do presente, além de estabelecer diversas relações conceituais/hipotéticas que culminam na construção de conceitos novos para si mesmos e na reestruturação dos antigos.
Também, podem se nomear e nomear as pessoas e objetos: enumerá-los, seriá-los, classificá-los, permitindo assim, uma estruturação e um poder generalizante capaz de transformar suas relações com o mundo.
Sacks (2002, p. 65) exemplifica essa situação ao comentar a respeito de Kaspar Hauser . Diz que esse despertar para o contato humano, para o mundo dos significantes compartilhados, da língua levou a um súbito e brilhante despertar de toda a sua mente e sua alma. Aconteceu uma tremenda expansão e florescimento da capacidade mental – tudo excitava sua admiração e prazer, havia uma curiosidade ilimitada e um interesse abrasador por tudo, um ‘caso de amor com o mundo’.