Devido aos poucos recursos simbólicos que o surdo possui não consegue ter acesso a informações sobre a sua história de vida, de sua família e do ambiente em que vive. Se questionado sobre isso não sabe responder ou, se o faz, é de modo precário. Há o desconhecimento de fatos como: se ao nascer já era surdo ou se ensurdeceu depois do nascimento, a causa de sua surdez, etc. Além destes, desconhecem fatos da história de sua família: história dos pais, dos avós e outros familiares. Como dissemos acima essa situação reflete a precariedade simbólica a que esses surdos estão submetidos, mas não devemos considerar a situação apenas sob esse ângulo. Os familiares, muitas vezes, por estarem atravessados pelo paradigma da deficiência, não investem no membro surdo por acharem que ele não vai compreender as histórias da família. Com isso, subestimam a capacidade do surdo e não lhes contam essas histórias reforçando uma alienação subjetiva. Em conseqüência, não há o surgimento da demanda de conhecimento sobre si e sobre os outros. Não há curiosidade sobre este tema e, portanto, não há perguntas a respeito dessas situações. Ao falar sobre as conseqüências que os surdos têm devido não ter acesso à língua de sinais Lane (1992) diz que os surdos sem língua podem, de fato, ser como imbecis. Isso é muito cruel, pois a inteligência está presente, mas fica trancada pelo tempo que durar a ausência de uma língua.