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psicologia da educação de surdos






Segundo essas definições para os surdos filhos de pais ouvintes a língua oral tem um lugar privilegiado já que produz a inscrição da criança surda no simbólico.
De que forma isso acontece?
Quando a criança nasce, a mãe fala dela, fala por ela, dá um nome a ela, nome que carrega a transmissão daquela família, independente do filho ser ouvinte ou surdo. A língua que a mãe vai se dirigir ao filho ao nomeá-lo é a língua oral, que é a língua materna da mãe e que também será do seu filho, mesmo que ele não possa ter acesso a essa língua. Esse é o caso dos surdos que, pela impossibilidade da audição, não poderão ter o domínio de sua língua materna, a língua a qual possibilitou que ele existisse enquanto sujeito psíquico.
Embora a língua materna lhe possibilitou existir, pelo fato de estar impossibilitado de se apropriar dela, a sua constituição psíquica terá particularidades que deverão ser levadas em consideração. Ao tratar desse aspecto Behares e Peluso (1997, p.43) dizem que:
Assim, o surdo filho de pais ouvintes vai poder ser atravessado pelo simbólico, ainda que não compartilhe da mesma língua de sua mãe.
Como se dá esse processo? Segundo pesquisadores como Behares e Peluso (1997), Martins (2003), Goldfeld (2002) e Vorcaro (1999) embora o surdo filho de pais ouvintes não possa se apropriar de sua língua materna – a língua oral – mesmo assim terá sua inscrição e inserção no simbólico através da relação estabelecida pela maternagem e pelo código caseiro.