Em geral, o nome próprio não tem muita importância para o surdo. Antes de ter contato com a língua de sinais, muitas vezes, o surdo não sabe seu nome próprio ou se sabe, restringe-se ao primeiro nome, desconhecendo o seu sobrenome que é o que lhe enlaça na história da família a qual pertence. Muitos ficam sem esse acesso por toda vida ou por um longo tempo. Outros, por ter a oportunidade de ter contato com a comunidade surda e, conseqüentemente, com a língua de sinais acabam tendo acesso ao seu nome próprio e a história de sua família. Porém, nas duas situações, quando o surdo recebe o nome próprio pela família é marcado um lugar na cultura (os pais fazem o registro no cartório, apresentam o filho para a sociedade,...) e ingressa no mundo da linguagem (o nome é escrito por letras que marcam a entrada no simbólico). É essa inscrição no simbólico que diferencia o homem do animal. Assim, mesmo que o nome próprio não tenha muito sentido para o surdo, este, através do nome que recebe dos pais, é colocado na árvore genealógica da sua família. Ou seja, é membro de uma família, que traz um nome através das gerações, recebe um lugar e uma numeração no simbólico, ele é o único naquela família que tem aquele nome, mesmo que não possa escutá-lo devido a sua impossibilidade de ouvir.