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psicologia da educação de surdos
Essas intervenções e outras, como utilizar métodos de esterilização para evitar a procriação, eram aceitas como procedimentos normais em prol das pesquisas científicas que visavam a erradicação ou a diminuição desse ‘mal’ iniciando um movimento de prevenção da degeneração da espécie humana.
Silva (1997) segue nessa mesma direção ao afirmar que com o advento do século XVIII há um ‘fascínio pela surdez e pela pessoa surda’. Segundo o autor, os filósofos desta época estavam empenhados em definir o que caracterizaria os seres humanos para que fossem considerados humanos. Para responder a essa questão investigaram “selvagens”, crianças criadas em isolamento, orangotangos e pessoas surdas. Acreditavam que ao observar o “homem natural”, exemplos vivos de seres intocados pela cultura e pela civilização, poderiam apreender a essência do humano. As ‘observações científicas’ estavam baseadas no pressuposto de que a pessoa não possui uma linguagem, a menos que aprenda a escrever ou a falar a linguagem oral.
Paralelo ao interesse científico e filosófico constrói-se no século XVIII a idéia do Estado Unitário onde se defende com fervor a Nação – sua cultura, sua língua... Com a construção das modernas nações surge a imposição de uma cultura e uma língua dominante sobre populações cultural e linguísticamente heterogêneas.
Conseqüentemente, ao incluir estratégias de identidade de grupo composta por pessoas que se vêem ligadas por uma cultura, uma língua e uma narrativa comuns, amplia-se o conceito de nacionalidade. É nesse ponto – o da linguagem comum – que a surdez e o discurso da incapacitação se encontram com o movimento nacionalista.
Silva (1997, p.10) diz que no caso das pessoas surdas “(...) a língua é uma importante característica definitiva.”.