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psicologia da educação de surdos






1.2 A surdez e o paradigma sócio-antropológico - um olhar que marca a diferença

Uma visão diferente, a sócio-antropológica aponta para uma mudança de visão sobre a surdez. Visão que se expressa num contexto de respeito à diferença, indo na contramão da concepção da deficiência proposta pelo paradigma clínico.
Pinto (2001) diz que a visão sócio-antropológica se expressa para que os sujeitos sociais valorizem, exponham suas diferenças e suas culturas específicas em busca de afirmação cultural. É um movimento social contra todas as ações que não consideram as diferenças da vida social. É o reconhecimento da diferença buscando o direito de cada um conviver com suas características próprias, de fazer valer os direitos civis, lingüísticos, culturais, étnicos, religiosos entre outros. As diferenças culturais constroem, nos espaços multidimensionais do mundo contemporâneo, a possibilidade da existência de novas identidades e subjetividades.
Bueno (1999) coloca que pensar a diferença remete a: 1) a surdez, como uma característica de uma parcela da população, que não pode ser encarada pelo ângulo tradicional da medicina que a caracterizou como deficiência; 2) a surdez acarreta uma diferença básica de linguagem onde a língua de sinais é encarada como a expressão natural da comunidade surda; 3) o fato de possuir uma língua numa modalidade espaço-visual remete os surdos a uma cultura própria.
Segundo Gonçalves & Silva (1998) os Estudos Culturais e no Multiculturalismo marcam esses pressupostos ao propor a pluralidade de experiências culturais na construção de novas subjetividades.