Celce-Murcia (1991b) nos ilumina sobre a questão, apontando que a idade, o nível de proficiência do aluno, a base educacional, habilidades lingüísticas, registro, necessidades e objetivos podem guiar o professor na hora de decidir se uma aula deve ter foco na gramática ou não. Estudos mostram que os adultos podem se beneficiar mais do estudo explícito da regras da língua se comparado às crianças e/ou adolescentes. Além disso, o nível de proficiência lingüística também conotará resultados distintos: se o aprendiz é iniciante e o professor enfatizar as regras da língua em excesso, a aquisição da fluência pode ficar comprometida. Isto quer dizer que os alunos podem sentir-se pressionados e começar a monitorar demasiadamente a sua produção comunicativa em prol de uma acuidade gramatical. Há diferença também entre alunos letrados e não-letrados. Para estes últimos será bastante difícil dissolver a complexidade e nomenclatura das regras gramaticais. Uma das habilidades lingüísticas que requer mais acuidade é a escrita na língua alvo (o mesmo para o signwriting?). Neste caso, o ensino sobre a língua pode iluminar, mas não é o caso do registro usado em conversas informais. Por fim, as necessidades individuais (profissão, viagem, testes de proficiência...) podem requerer dos aprendizes mais ou menos conhecimento gramatical na L2. Há ainda falta de estudos que mostrem esta relação com contextos de aprendizagem da gramática da LIBRAS, mas arrisco dizer que, guardadas as devidas diferenças da modalidade lingüística, a ponderação das variáveis parecem coerentes para se iniciar uma reflexão sobre a questão no ensino de LIBRAS para ouvintes.