6.4 Ensino da gramática da LIBRAS Nos contextos de línguas orais, o ensino da gramática tem sido alvo de debates, e a pergunta central é: ensinar ou não a gramática da língua? Ou ainda, em uma abordagem de ensino comunicativo, haveria momentos para o ensino explícito das regras gramaticais? Se afirmativo, como fazer?
Sabemos que a competência gramatical é parte da competência lingüística, mas certamente o seu domínio isolado não é suficiente se pensarmos outros níveis de produção e compreensão na língua alvo.
Há diversas competências que o aluno precisa desenvolver durante sua aprendizagem. Ou seja, de nada adianta dominarmos a forma de uma língua (fonemas, morfemas e estrutura sintática) se não ficarmos atentos a sua semântica (significados) e a sua pragmática (contexto), por exemplo. Afinal, quando usamos uma língua não estamos somente combinando unidades menores às maiores, mas sim fazendo uso de uma complexa constelação de sinais que nos fazem, por exemplo, mudar uma variedade, estilo ou registro dependendo do nosso interlocutor, que nos permitem saber quando há mensagens implícitas e explícitas, ou ainda, distinguir o tom de humor, drama ou ironia em uma conversa. Fica exposto ai a diferença entre a aprendizagem das regras (conhecimento sobre a língua) e a aprendizagem do uso (conhecimento da língua para através dela desempenhar).