4.5 Operação global de ensino e as competências do professor
Almeida Filho (1998) constrói o arcabouço da prática de ensino tomando como base vários conceitos, dos quais relaciona em seu esquema conhecido como Operação Global de Ensino. Nele o lingüista aplicado não objetiva descrever ou comparar métodos, mas esboçar a compreensão da constituição dos elementos que compõem o funcionamento do ensino em seu sentido mais amplo. Todos os elementos estão interligados, e embora distintos, quando modificados afetam uns aos outros:
No modelo de Almeida Filho (op. cit.), a abordagem de ensinar é a força potencial básica do ensino, pois nela se instauram as crenças, pressuposições e princípios sobre os conhecimentos de linguagem, de aprender e de ensinar. Diz respeito a um nível mais abstrato na operação se comparado com o nível mais concreto do planejamento, da produção de materiais, dos métodos, das técnicas/recursos e da avaliação, por exemplo. A abordagem que orienta o professor imprime movimento e ação ao processo. Nela residem as energias que motivam o professor a produzir experiências na língua alvo ao aluno. Essas energias não são unilaterais (apenas do professor para o aluno) nem tampouco fixas, pois são compostas de outros valores (pautados em princípios lingüísticos, cognitivos e afetivos) que retro alimentam as práticas do professor em sala de aula, dando assim o dinamismo na relação ensino-aprendizagem.