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MEN em LIBRAS como L1
A falta de um currículo sistematizado de LIBRAS como primeira língua para alunos surdos na Educação Básica pode trazer como conseqüência a opção por alternativas com base no ensino de segunda língua para ouvintes. Muitas vezes o ensino de LIBRAS acontece na forma de cursos isolados ou desvinculados das instituições educativas e os programas destes cursos se resumem à descrição de conteúdos e metodologias (aulas expositivas dialogadas, teatro, piadas e histórias em sinais) e enfatizam o ensino de vocabulário básico e estruturas sintáticas simples, voltadas ao desenvolvimento de habilidades comunicativas.

Este tipo de programa corresponde ao que se entende por currículo de língua de sinais como primeira língua?

A dissertação de mestrado da pesquisadora surda Carolina Hessel Silveira aponta o currículo de LIBRAS como instrumento de empoderamento dos surdos no sentido de fortalecer as identidades, comunidades e culturas surdas. Este empoderamento é construído pelo pleno conhecimento lingüístico e uso da língua de sinais, inclusive em sua modalidade escrita. Desta forma, o currículo da língua de sinais passa pelo modelo lingüístico adequado trazido pelo professor surdo, membro da cultura e da comunidade surda e referência de identidade surda para os alunos. Por isso, o currículo de língua de sinais deve estar em conexão com o próprio movimento surdo através da participação do professor na Associação de Surdos.