Antes do surgimento do pensamento propulsor do Comenius, a educação era tida como sádica, como uma punição para os estudantes não oferecendo noções rudimentares para uma cidadania plena na sociedade. Para ele, os estudantes poderiam aprender e contribuir com o seu conhecimento, não como um simples espectador, ele diz “deve-se começar a formação muito cedo, pois não se deve passar a vida a aprender, mas a fazer”. Comenius, em seu livro Didática Magna, disse que a infância é o ponto de partida, o princípio de tudo, segundo Narodowski que analisou a Didática Magna. Também encontramos no discurso comeniano sobre a importância da aliança escola-familia, a qual implica diferenciação de espaços da educação, uma não interfere na outra, o espaço da casa família, o espaço da escola, são apenas articuladas, Comenius diz “a cada qual as suas coisas”. Comenius dá relevância para o papel do educador, para o pedagogo, para o professor, como o mais importante intelectual no contexto da sala de aula, mas segundo Narodowski (2004, p. 89):
é um intelectual vigiado pela configuração discursiva que determina as atividades de ensino por cuja execução ele é inteiramente responsável. Por isso, o método é algo que não pode ser deixado ao acaso; mas, nem tampouco, às decisões individuais baseadas no livre arbítrio daqueles ensinam.
“A infância é apenas o ponto de partida que se faz necessário, posto que existe uma meta à qual chega através do ordenamento dos processos, do simples ao complexo, da primeira idade à idade madura. Em Comenius, a diferença entre a infância e a idade adulta é uma diferença de grau, na qual o ser humano alcançou o seu desenvolvimento”. (NARODOWSKI, 2004, p.45)