A Didática pode conceituar-se naquele conjunto de comportamentos, atitudes e valores de que o professor se utiliza e segundo o qual consegue aproximar o aluno do conhecimento. Seriam aqueles procedimentos implicantemente usados nos rituais de ensino. Isto é interessante, pois permite visualizar diferentes jeitos de se planejar o ensinar. Na teoria cultural formas “Didáticas” concebidas para transmitir os conhecimentos acumulados pelas gerações que nos antecederam variam muito. Planejar o ensino nem sempre tem sido da mesma forma. Assim, no contexto cultural em que estamos nos detendo, como ensina Corazza (1997) , as práticas de planejamento de ensino são também os esforços desprendidos por professores que:
"vêm analisando as formas como a produção cultural se organiza e se constitui também no espaço da educação escolarizada e, com efeito destas análises, desenvolvem estratégias políticas alternativas, dentre as quais a de planejar o ensino em outra direção e com outras significações (1997, p. 107)."
Notamos a partir da declaração de Corazza (1997) que a conceituação da “Didática”, ou seja, o planejamento do ensino assume uma forma diferente no espaço cultural. Sendo que seu conceito evolui quando usa uma forma de identificação política e cultural. Isto nos permite dizer aqui de uma forma diferente desta cultural, a forma moderna em que o professor, na concepção comeniana, como veremos mais adiante na seqüência histórica da modernidade, é controlado no seu fazer pedagógico, constituindo assim dispositivos pedagógicos com a condensação de métodos, seqüenciação dos conteúdos, a delimitação dos tempos, ou seja, o professor deve seguir rigorosamente didaticamente no planejamento de ensino. O professor, neste espaço também controla o aluno, visto que tem um objetivo disciplinador. É que o espaço moderno sempre padroniza as formas de trabalho didático.