De fato, o tradutor e o intérprete – independente do par linguístico em que atuam, por exemplo, português-inglês ou português-libras – desenvolvem habilidades distintas na sua profissão. Algumas dessas habilidades perpassam pelos dois campos de atuação, mas a interpretação cria uma demanda maior para o profissional se considerarmos que as suas escolhas são feitas no momento e no contexto imediato das produções lingüísticas. Ele(a) não tem a mesma possibilidade que tem o tradutor quando faz suas opções tradutórias, por exemplo, apoiando-se em outras ferramentas como: dicionários, enciclopédias, tradutores eletrônicos, bancos de dados, etc. No campo das línguas de sinais, em que na maioria das vezes o ato interpretativo dá-se no campo acadêmico e envolve a formação educacional do público surdo, como proceder levando-se em consideração a complexidade de conteúdos com os quais o intérprete tem que lidar e muitas vezes desconhece? Como trabalhar a mediação de conteúdos entre professor e aluno? E a interação aluno surdo-aluno ouvinte? Quais as implicações de determinadas posturas e decisões no ato interpretativo? Este é o assunto que veremos no próximo capítulo.