Veja-se que todas as discussões e atividades recaem sobre o intérprete. Ainda que o nome esteja presente na sigla quando dizemos “Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais – TILS”, parece haver um apagamento do tradutor de Libras. Embora alguns estudiosos na área de Estudos da Tradução fazem como Kade (1968), que tomam o termo tradução como hiperônimo (isto é, que engloba todas as modalidades), outros autores se valem da distinção conceitual em que interpretação é o ato de passar um texto oral de uma língua para outra, ao passo que tradução envolve textos escritos. No primeiro exige-se “improvisação, rapidez de ritmo, limitação de tempo, pois a presença do emissor força o intérprete a poucas possibilidades de refletir sobre o texto da língua de partida” (Ronai, 1987). Há inclusive um debate entre os profissionais intérpretes de Libras clamando por esta demarcação conceitual. Isto ocorre, a meu ver, por haver um sentimento de apagamento e marginalização da atividade – e consequentemente do intérprete de Libras – se a área fica sendo denominada apenas sob o termo “tradução” (Santos, 2010). Ainda que esta discussão seja pertinente entre os pares, com vistas à visibilização e legitimação para o entorno científico da atividade mais recorrente na área da surdez que é a interpretação, é válido ressaltar que a atividade de tradução também é um campo proeminente nesta área.