Mas, afinal o que é ética? Em princípio poderíamos dizer que ética é “a arte do bom” (Marchionni, 2008), entendendo o bom como aquilo que nos guia para sermos felizes. Esta felicidade, todavia, não pode ser do tipo que ignora todo o nosso entorno social; não pode ser uma felicidade que nos faça feliz e que prejudique os outros. Para praticarmos o bom temos que ter uma motivação – e essa motivação é moral! É verdade que ética e moral são conceitos muitas vezes concebidos como sinônimos para alguns autores e como conceitos distintos para outros (cf. Boff, 2009). Esta distinção foi feita durante o Iluminismo (1700-1800), mas é criticada por vários autores por acharem que se cria uma confusão desnecessária. Conforme Marchionni (op. cit.: 29):
Ética, do grego éthos, significa costume, hábito adquirido com esforço e repetição, um vestido da pessoa, um estilo de pensar e agir, uma segunda natureza, um modo de habitar este mundo (éthos, além de habitude, significa habitação, aconchego).
Moral, do latim mos e plural mores, significa costume, valores e virtudes, legado da tradição (mores maiorum, diziam os romanos na veneração aos ancestrais, costumes e virtudes dos maiores, dos antepassados).
Sejam estes dois termos entendidos como sinônimos ou não, o fato é que não se pode negar o grande vínculo que eles estabelecem entre si; eles corroboram para formar subjetividades, isto é, o modo como os indivíduos se constroem. Como disse anteriormente, a ética é o estudo amplo do que é correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou não. Trata-se em última instância de também entender o que é bom ou mau. É, portanto, refletir sobre a ação humana: como devo agir perante os outros? A charge retrata uma situação bem corriqueira nos dias atuais, e mostra como estão naturalizadas certas atitudes humanas: