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Literatura surda
A participação em associações, federações, clubes de surdos e a interação com pares surdos, mesmo que seja eventual duas ou três vezes por semana evidencia, nos termos de Baker & Cokely (1980), uma atitude e expressão de escolha por uma comunidade, ou necessidade de compartilhar informação e comunicação. Não significa Eu quero ser surdo, mas antes Eu sou uma pessoa surda e desejo estar em contato com outras pessoas que compartilhem minha língua (Kyle & Woll, 1985, p. 21).

No estudo realizado por Kyle & Allsop (1982), os autores concluíram que não é somente o domínio da língua de sinais ou a surdez que constituem os elementos principais em relação ao pertencimento à comunidade surda, mas também uma atitude surda, ou seja, a participação, o estar junto compartilhando informações e idéias. Neste sentido, há dois planos que interagem quanto à identificação dos membros da comunidade surda: a descrição mais típica (ser surdo e usar a língua de sinais) e outra mais relacionada a uma atitude surda.

A partir dessas considerações, torna-se complexo caracterizar a comunidade surda. No entanto, a língua de sinais mostra-se fundamental na identificação da comunidade surda, embora outros aspectos sejam também importantes, como a convergência de aspectos políticos, sociais e lingüísticos entre os membros dessa comunidade.