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Linguistica Aplicada L8






Tradicionalmente, a diversidade lingüística e cultural na escola tem sido vista como um problema aos olhos de muitos profissionais e educadores. É sabido também, por exemplo, que a escolarização bilíngüe e multicultural não fazem parte da vida educacional brasileira, nem tampouco é encorajada e/ou valorizada nos cursos de formação. No entanto, são vários os contextos bilíngües, de minorias lingüísticas que podem ser identificados no país, ou seja, contextos de imigração, de fronteira, de zonas rurais, indígenas, e de comunidades surdas (Cavalcanti, 1999b). Fica expresso na preocupação de Cavalcanti (op. cit.), e que também é nossa, por que, entretanto, a diversidade tem sido invisibilizada em prol da homogeneização social/escolar? E por que o fenômeno de bi/multilingüismo tem gerado tantas controvérsias conceituais?
Uma das possíveis explicações recai no mito do monolingüismo. Vejamos a cena descrita abaixo entre uma professora de sociolingüística e seus alunos:

Professora: Então, que língua se fala no Brasil?
Aluno: Essa é fácil professora, no Brasil se fala o Português!
Professora: Só o Português?
Aluno: Ah... Tem também as línguas indígenas, mas a nossa língua de verdade é o Português mesmo... Veja professora em qualquer lugar que se vá no Brasil todos falam a mesma língua, todos falam o português!