Dado que a grande preocupação no ensino de línguas, especialmente em cursos de formação, tem sido a ênfase no conteúdo normalmente segmentado (aprendizagem da língua alvo e desempenho nas atividades propostas), Cavalcanti (1999a: 181) nos sensibiliza para que criemos uma cultura em “que o professor olhe para si mesmo, se questione, se explique e, eventualmente, se reveja”, e acrescenta:
Como pesquisadores, não estamos geralmente abertos às opiniões dos pesquisados quando o pesquisado é outro. Quando começamos a examinar nossas próprias práticas, podemos detectar contradições entre o que dizemos e o que fazemos. E essas contradições são iluminadoras.
Reafirmamos: as contradições que flagramos em nossa própria prática docente são iluminadoras e nos ajudam a rever questões e posturas, quando pensadas criticamente e continuamente. Nesta proposta de se pensar o ensino de línguas (no caso LIBRAS) a partir da idéia do professor-pesquisador (ver também Cavalcanti & Moita Lopes, 1991), nós poderíamos indagar: “o que é fazer pesquisa em sala de aula?” Pois bem, podemos distinguir, formalmente e a título de conhecimento, duas grandes áreas no campo da pesquisa em contextos de ensino: a de análise de natureza positivista e a pesquisa de cunho qualitativo.