Isso também é verificado na libras. O uso do espaço é sistemático, favorecendo a identificação clara e correta do referente, o que pode ser visto através dos exemplos da libras em oposição aos exemplosanálogos no português. Em português, ‘Paulo contou a João que sua mulher caiu’, têm duas possíveis interpretações para o pronome ‘sua mulher’: a) a mulher de Paulo b) a mulher de João Essa ambigüidade das línguas faladas não é encontrada nas línguas de sinais, devido à retomada explícita do referente no espaço de sinalização. Por outro lado, segundo BERENZ (1996), no exemplo, “a mulher ama POSS criança”, a interpretação de POSS é ambígua na língua brasileira de sinais. Não fica claro se o POSS refere a mulher ou a alguém fora do discursoVeja outros exemplos: O terceiro aspecto relativo ao sistema pronominal da ASL é seu potencial para mudança. Por meio de algumas estratégias, como a mudança na posição do corpo ou da direção do olhar, o sinalizante pode sinalizar ‘eu’ quando, na verdade, quer significar ‘João’. Este aspecto é o mais característico da modalidade visual das línguas de sinais e conhecido como ‘Role Shift’. Entretanto, é possível comparar essa peculiaridade com o uso de citação direta em oposição à citação indireta das línguas faladas. No Texto Base você pode ter mais informações e ver um exemplo a respeito deste assunto. Ao analisar esses três aspectos mencionados anteriormente, LILLO-MARTIN & KLIMA (1990) propõem uma análise do sistema pronominal da ASL como tendo apenas um pronome pessoal, representado por PRONOUN.