LILLO-MARTIN & KLIMA (1990) chamam essa disposição dos locais para a referência associados a um referente de ‘estrutura da referência’. Essa estrutura pode mudar durante o discurso em ASL e essa mudança pode ocorrer de várias formas, incluindo mudança de expressões faciais, de postura corporal e estilo de sinalização. Segundo esses autores, existem três aspectos do sistema pronominal da ASL que são incomuns do ponto de vista da teoria lingüística. São eles: a) um número potencialmente infinito de pronomes pode ser considerado b) referentes não-ambíguos c) mudança de referência. O primeiro deles diz respeito ao fato de que é possível, do ponto de vista da gramática, em oposição à performance, a existência de um número indefinido de formas pronominais. Isto seria em decorrência de existir, entre dois pontos associados a diferentes referentes, a possibilidade de se estabelecer um outro ponto referencial. É claro que há limitações perceptuais e de memória na implementação desse sistema complexo. Numa conversação real, raramente são usados mais de quatro ou cinco diferentes locais para a referência pronominal. Quanto ao segundo item, não há a possibilidade de referentes ambíguos na ASL, pelo menos dentro da estrutura individual de uma sentença ou de um discurso. Sentenças em línguas faladas que poderiam gerar ambigüidade na interpretação dos referentes são evitadas em língua de sinais pelo uso desse sistema de referência pronominal distinto, que estabelece pontos específicos para cada referente pronunciado.