Nesta seção, analisamos a origem dos sinais e a motivação de alguns sinais que compõe a língua de sinais brasileira retomando a questão da gestualidade relacionada com a “iconicidade”, ou seja, a transparência do signo e do significado e seus limites. A organização dos sinais nas línguas de sinais se mistura com a organização dos gestos, pois se apresentam na mesma modalidade, diferentemente das línguas faladas. Nessas línguas, quando analisamos um sinal, observamos as formas com que se apresentam as mãos e os movimentos associados a elas. Os gestos são visuais e representam a ação dos atores que participam da interação por meio da imitação do ato simbolizando as relações com as coisas. As línguas de sinais aproveitam esse potencial dos gestos trazendo-o para dentro da língua, fazendo com que sinais visuais representem palavras envolvendo a organização da língua. Um exemplo produtivo dessa característica é o uso de classificadores. Este fenômeno lingüístico é uma representação visual de objetos e ações de forma quase que transparente, embora apresente características convencionadas de forma arbitrária. Parece que houve um processo do gestual para o gramatical, mantendo algumas das características do primeiro e tornando-se parte do sistema lingüístico das línguas de sinais. Da mesma forma, podemos apontar o uso da referência explícita através da apontação por meio do dedo indicador. A apontação passa do estatuto gestual para o gramatical nas línguas de sinais!