Essa unidade discute os sistemas de memória de tradução (MT) e está dividida em cinco partes: Na primeira parte apresentamos uma breve contextualização histórica dos sistemas de MT. Na segunda parte oferecemos uma definição do sistema de MT e suas principais vantagens e desvantagens. Na terceira parte descrevemos o processo básico de funcionamento de um sistema de MT. Na quarta parte discutimos alguns dos principais tipos de sistemas de MT disponíveis no mercado. E por fim, na quinta parte, mostramos a aplicação prática de um sistema de MT com referência a um projeto de tradução voltado aos Estudos Surdos.
1.1. Histórico
No passado, a automação do processo de tradução era geralmente associada ao uso de tradutores automáticos como veremos na Unidade II. Nos dias de hoje, entretanto, a situação tem mudado consideravelmente. Os programas de apoio à tradução (PAT), principalmente os sistemas de memória de tradução (MT), vem desempenhando um papel central na atividade tradutória profissional. De fato, este tipo de ferramenta tornou-se um pré-requisito básico tanto para tradutores que trabalham em grandes empresas de tradução quanto para tradutores free-lance que colaboram com agências de tradução.
Historicamente, o conceito de memória de tradução não é algo recente. MELBY e WARNER (1995, 187) observaram que a idéia originou-se nos anos 70 e as primeiras implementações surgiram a partir dos anos 80. Mas somente nos anos 90 é que este tipo de ferramenta eletrônica tornou-se um produto comercial amplamente disseminado entre os tradutores. O motivo desse interesse deve-se às inúmeras vantagens que este tipo de PAT pode oferecer ao usuário, mas antes de discutí-las, vamos, primeiramente, tentar entender o que vem a ser uma memória de tradução.