As trocas simbólicas se constituem no elemento imprescindível para o desenvolvimento da representação por permitirem ao sujeito a interação afetiva com o meio. Não é a falta da língua em si que produz atraso cognitivo no surdo, mas à limitação em realizar trocas simbólicas com seu meio, provocado pela falta de um instrumento simbólico e de um ambiente adequado capaz de solicitá-lo e de exercitar sua capacidade representativa. A limitação na aquisição da língua oral, mesmo na sua representação escrita constitui uma barreira a todas as aprendizagens escolares, fato exaustivamente relatado pelos professores de surdos. Não é diferente a interpretação de Piaget (1970) que na obra O Nascimento da Inteligência na Criança, pela análise de várias condutas representativas, sugere a existência de elementos comuns entre elas e denomina esse mecanismo função semiótica, que é comum a todas elas. A interação entre as diversas condutas representativas como desenho, escrita e língua oral evidencia-se nas transformações que ocorrem, ao mesmo tempo, em cada uma dessas representações e isso acontece porque todas são processos do mesmo sujeito. Esse sujeito piagetiano que constrói o conhecimento por meio de suas interações com o objeto e ao mesmo tempo constrói-se como sujeito numa interdependência contínua entre a experiência e a razão.