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Escrita de Sinais II L8B8






As línguas são representações simbólicas, quer seja uma língua oral ou uma língua de sinais, assim como suas escritas. Elas se constituem historicamente ao longo da evolução dos povos como construções coletivas que resultam em sistemas de representação.
Sobre os sistemas de representação Ferreiro (1985), que acolhe a teoria piagetiana, ao analisá-los, diz que esse é um processo seletivo que retém alguns dos elementos, propriedades e relações do real e que o omitido é aquilo que deve ser re-introduzido no momento de interpretar. Ela diz ainda quanto aos sistemas de representação que a construção de uma primeira forma de representação adequada costuma ser um longo processo histórico, até se obter uma forma final de uso coletivo.
Quando a criança escreve, ela expressa suas idéias graficamente, por meio de um sistema cujo uso supõe a compreensão da sua forma de construção. Construir a escrita significa conseguir criar os elementos adequados à expressão das idéias e estabelecer entre eles a relação apropriada que reflita no texto a gramaticidade da língua.
Para o usuário natural de uma língua, no caso as crianças surdas usuárias das línguas de sinais, essa compreensão da estrutura da língua acontece naturalmente ao ser posta em contato com a LS, como acontece com a criança ouvinte quando adquire a língua oral de seus pais. Foi partindo da tese de que a criança surda não difere, em seu desenvolvimento cognitivo da criança ouvinte, que os teóricos do “Centre Déducation de L`ouïe et de la parole de Montbrillant, Suisse”, nos anos 80, sustentaram a passagem de um ensino unicamente oralista para uma perspectiva de ensino bilíngüe, tomando como referencial o Construtivismo Piagetiano.