Outros pensadores como Vygotsky focaram mais a dimensão social dizendo que a aprendizagem é um fenômeno grupal. O pesquisador russo Vygotsky, já em 1925 em ensaios sobre a educação de surdos, havia percebido a necessidade do uso da língua de sinais para possibilitar sua educação. Os ensaios infelizmente só foram publicados em inglês em 1989, como observa a citação . As questões que se referem ao que é língua e como ela está representada no cérebro, ainda colocam muitos interrogantes para os neurocientistas e lingüistas. Quanto à necessidade dos surdos utilizarem a língua de sinais não se encontram mais argumentos sérios de estudiosos que a contradigam. As línguas de sinais são consideradas pela lingüística como sistemas lingüísticos legítimos, de modalidade gestual-visual, capazes de proporcionar aos surdos o meio apropriado para a realização de todas suas potencialidades lingüísticas. No Brasil, a Libras é a língua de sinais que se constitui naturalmente dentro das comunidades surdas urbanas. A pesquisadora Ferreira Brito, em 1984, detectou existência de outra língua de sinais no Brasil, usada por índios da floresta Amazônica, no Estado do Maranhão – a Língua de Sinais Kaapor Brasileira (LKSB). A Libras possui suas regras próprias e apresenta estruturas sistemáticas em todos os níveis lingüísticos. Expressam sentimentos, estados psicológicos, conceitos concretos e abstratos e processos de raciocínio.
como observa a citação Quando se trata do desenvolvimento das funções psicológicas superiores, isto não é algo que acontece de modo automático, para serem absorvidas precisam de mediação cultural. Os instrumentos culturais foram desenvolvidos para as pessoas que tem todos os órgãos dos sentidos, todas as suas funções biológicas. A chave para o desenvolvimento da pessoa diferente será a compensação, o uso de um instrumento cultural alternativo, para os surdos é a língua de sinais. Ela está voltada para as funções visuais que estão intactas. Constitui o modo mais direto e mais simples de permitir o desenvolvimento pleno, o único a respeitar a diferença, sua singularidade. (Vygotsky apud Sacks, 1989, p. 63)