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Aquisição da Segunda Língua
Ellis postula que uma grande parte dessas construções na L2 são de natureza lexical e nós as aprendemos através do uso freqüente. Por exemplo, um aprendiz de português como L2 provavelmente vai aprender a expressão “Beleza!” e tudo o que ela significa (quando é usada, o que expressa, a entonação com que é produzida) pela freqüência com que a vê e ouve ser usada. Isso acontece porque uma característica importante de nosso sistema cognitivo é a capacidade que temos de perceber o grau de probabilidade dos eventos no ambiente em que vivemos. Essa nossa capacidade nos permite, através de processos cognitivos sobre os quais não temos consciência, determinar o que é mais provável de ser realizado lingüisticamente em uma dada situação. Ellis menciona que vários estudos na área da psicolingüística demonstram que falantes de línguas estrangeiras fluentes são sensíveis à probabilidade de ocorrência de construções lingüísticas. É esse mecanismo – o de abstrair a probabilidade relativa de ocorrência de uma dada construção lingüística – que permite ao aprendiz interpretar “Beleza!” de forma correta na interação abaixo:

A- Então, combinado: nos encontramos amanhã às 9 para terminar o trabalho.

B- Beleza!