Esta distinção é considerada muito controversa porque está baseada em um construto problemático que é o da consciência. De fato, tem sido um grande desafio demonstrar experimentalmente quando a retenção de conhecimento resulta de um processo inconsciente ou de um processo consciente por parte do aprendiz. É bastante provável que os dois processos ocorram de forma contígua tanto em ambientes naturais quanto em ambientes instrucionais. Assim, durante o nosso curso, vamos usar os termos aquisição e aprendizagem de maneira intercambiável para nos referirmos à retenção de conhecimento e à criação de representação mental em uma língua.
Alguns teóricos também estabelecem uma distinção entre segunda, terceira, quarta língua e entre esses termos e o termo línguaestrangeira. Na primeira distinção, o critério é a ordem de aquisição – a primeira língua adquirida depois da materna é a sua segunda língua e assim por diante. No nosso curso, vamos usar sempre o termo segundalíngua para nos referirmos a qualquer língua adquirida depois da materna.
A segunda distinção (segunda língua vs. língua estrangeira) é estabelecida a partir do papel que a língua tem na sociedade em que o processo de aquisição está acontecendo. Assim, no caso do termo segunda língua, a língua tem um papel institucional e social bem consolidado na comunidade em que o aprendiz está inserido. Além disso, ela é reconhecida como a língua de comunicação entre os membros daquela sociedade. Por exemplo, quando estudamos inglês na Inglaterra ou nos Estados Unidos, o inglês é para nós, aprendizes, uma segunda língua, enquanto estivermos lá. No caso do termo língua estrangeira, a língua não tem nenhum papel institucional ou social relevante, sendo, na maioria das vezes, somente objeto de instrução. É o caso do inglês no Brasil.