Em PB, a criança parece marcar inicialmente o valor (a) do parâmetro do movimento-QU, uma vez que, desde suas primeiras produções até os 3 anos e 9 meses de idade, todas as perguntas produzidas por ela possuem o elemento QU no início da sentença. De alguma forma, nesta idade a criança muda sua percepção sobre o input e “percebe” que perguntas com QU in situ são possíveis em sua língua. Nesse momento, a criança efetua uma remarcação do parâmetro do movimento QU para o valor de fato encontrado em sua língua, o valor (c). A partir de então, ela começa a produzir perguntas com o elemento QU in situ, juntamente com as perguntas que ela já produzia, com o elemento QU no início da sentença. Esta análise levanta duas questões: (i) se a remarcação de parâmetros é permitida, como prevenimos as crianças de entrarem num ‘círculo vicioso’ infinito, marcando e remarcando parâmetros sem nunca chegar ao estágio final? (ver Dresher (1999)).
(ii) porque a criança adquirindo PB não marca, desde o início do processo de aquisição, o valor correto para este parâmetro? Ou, dito de outra forma, porque a criança marca inicialmente o valor (a) e não o valor (c)?
Berwick (1985), O’Grady (1997) e Wexler e Manzini (1987) Berwick, R. (1985) The Acquisition of Syntactic Knowledge. Cambridge, MA: MIT Press. O’Grady, W. (1997) Syntactic Development. Chicago: The University of Chicago Press.
Wexler, K. e M. R. Manzini (1987) “Parameters and Learnability in Binding Theory”. In: T. Roeper e E. Williams (eds.) Parameter Setting. Dordrecht: Reidel: 41-76.