top
Aquisição da linguagem L8B8
Podemos nos perguntar como é que as crianças irão aprender essas distinções sobre os valores referenciais possíveis ou impossíveis para se em sentenças como as acima. Mesmo quando ouvem sentenças do tipo das acima, a criança não é instruída pelos pais sobre o que ela pode significar e o que não pode. No entanto, se perguntarmos a qualquer falante nativo de português, ele terá essas intuições sobre os possíveis antecedentes. Temos que concluir então que são os princípios inatos, geneticamente determinados, que informam a criança.
Outro exemplo de conhecimento que não é explicitamente ensinado às crianças é o fenômeno de “wanna contraction” em inglês. Em alguns casos, é possível contrair o verbo “want” e o morfema “to” formando “wanna”, como mostrado abaixo (dados de Crain e Lillo-Martin (1999))
As sentenças acima têm o mesmo significado. A diferença ente elas é que em (16) há a contração entre “want” e “to”, formando “wanna”. Baseada nesse paradigma, a criança poderia inferir que “want” e “to” podem sempre ser contraídos para formar “wanna”. No entanto, este não é o caso, como mostrado abaixo.