Uma outra teoria propõe que as crianças aprendem linguagem por que os adultos as corrigem quando elas dizem algo errado. Um dos problemas enfrentados por esta hipótese é que ela não explica como as crianças adquirem conhecimento sobre umnúmero infinito de sentenças: Outro problema para esta hipótese é que, como observado anteriormente, as crianças produzem um número muito limitado de erros. Se as crianças não produzem alguns tipos de erros, os pais não podem corrigi-las. Também é geralmente observado que os pais prestam atenção no que as crianças falam, mas não em como elas falam. Ou seja, quando os pais de fato corrigem seus filhos, eles tendem a corrigir sobre a adequação do conteúdo da fala das crianças relativamente à situação discursiva e não sobre a forma gramatical das expressõesDois exemplos ilustram esse fato. Outro argumento que depõe contra esta hipótese decorre do fato de que, mesmo quando os pais corrigem as crianças, essas não prestam atenção a esta correção No diálogo, retirado de McNeil (1970) , o pai, um lingüista, decide corrigir a criança e ensiná-la a forma correta de dizer “ninguém gosta de mim” em inglês, mas a criança parece não entender a correção. A criança não aprendeu ainda que, em inglês, sentenças com a palavra “nobody” (ninguém) não vêm com a negação “don’t”. Ou seja, ela está usando a negação dupla (nobody don’t) que não é permitida em inglês. Quando o adulto a corrige, retirando o “don’t” e colocando um –s no final do verbo, flexionando-o na terceira pessoa do singular, a criança não adota as modificações dadas pelo pai, oito vezes em que o diálogo se repete! No fim, a criança parece notar o uso de likes, embora o use incorretamente, mas não aprende o conteúdo de toda a correção. A discussão acima indica que correção dos pais não pode ser a maneira pela qual as crianças adquirem linguagem.