O outro aspecto analisado na linguagem expressiva foi a narração dos fatos na seqüência lógica em que foram apresentados. Em relação à este aspecto, observou-se que há uma aproximação maior no nível do desenvolvimento entre os dois grupos. Ambos os grupos atingem 100% depois de estarem pelo menos mais de sete anos expostos à língua de sinais. A questão da organização dos fatos em uma seqüência lógica não exige uma elaboração sintática, pois este critério de avaliação considerou apenas a habilidade de contar os fatos na seqüência em que foram apresentados, independente do tipo de estrutura gramatical usada. Observa-se que, apesar de alguns sujeitos não terem adquirido padrões gramaticais analisados, há uma capacidade de organização das informações que, provavelmente, seja sustentada por outros fatores cognitivos. Barbosa, Campos, Pizzio e Quadros (em elaboração), observaram uma correlação deste resultado com testes envolvendo operações matemáticas. As crianças avaliadas neste estudo conseguem obter bons escores em testes matemáticos que não dependem do conhecimento de uma determinada língua. O resultado encontrado em relação à organização dos fatos em uma seqüência lógica pode estar relacionado com a possibilidade de estar sendo avaliado algo que não depende exclusivamente da linguagem, mas de algum desenvolvimento cognitivo de outra ordem. Veja quadro.