Como pode ser percebido, a ordem com maior número de ocorrências é a VO, fato que vai ao encontro da ordem básica na língua brasileira de sinais, ou seja, SVO, corroborando as pesquisas realizadas por Quadros (1999). A omissão do sujeito nesta etapa da aquisição é comum e pelo contexto a maioria das ocorrências se refere à própria criança. As ocorrências com sujeito declarado são menos freqüentes. Como mostra a Tabela 1, em apenas 35% das ordens de palavras o sujeito está declarado, enquanto que nos outros 65% o sujeito é nulo. As sentenças SV também são consideradas canônicas e, nos dados de LÉO, 73% dessas ocorrências foram de verbos que não precisavam de complemento. Pichler (2001) também considera como ordem canônica todas as ocorrências SV na ASL, estando ou não o objeto presente e VO, estando o sujeito declarado ou não. Por fim, a ordem canônica SVO foi encontrada em 6,3% dos dados. Se forem consideradas as ordens SVO, SV e VO juntas, LÉO produziu 56,2% de sentenças na ordem canônica da LSB. Nos exemplos a seguir ilustram-se cada uma dessas ordens:
Pizzio (2006), também, observou que assim como na pesquisa de Pichler, foram analisadas as sentenças com ordens VS e OV, que são ordens não-canônicas, mas gramaticais em alguns contextos do padrão adulto da língua de sinais brasileira (como na presença de concordância, de marcas não-manuais, de elevação do objeto, de topicalização e de foco). Sendo assim, a segunda ordem mais freqüente foi a OV, com 21,9% dos verbos analisados.