É impossível cometer um "erro" falando pidgin. Desde que você consiga se comunicar, está bem! Ninguém está preocupado se você fala corretamente ou não, porque ninguém sabe qual é a forma correta. Todo mundo fala diferente. O único objetivo é a comunicação. Com uma língua crioula, é diferente. Como uma língua crioula é uma língua materna, seus falantes nativos "sabem" como ela deve ser falada. As crianças que falam crioulo podem "corrigir" seus pais, que falam pidgin. Na comunidade surda há uma situação semelhante. Quando crianças surdas e seus pais ouvintes estão aprendendo libras, muitas vezes as crianças "corrigem" a libras dos seus pais. Para as crianças, libras é uma primeira língua, mas para os pais é uma segunda língua. Por isso, as intuições das crianças sobre como a libras deve ser falada são melhores do que as intuições dos seus pais! Nos lugares onde um pidgin se estabelece numa comunidade para ser usado como língua franca, e onde existem muitas línguas maternas, sem chance de nenhuma delas dominar as outras, é comum que o pidgin adquira falantes nativos e se transforme em língua crioula. Isso aconteceu em Pápua-Nova Guiné, com o tok pisin, e no Havaí, com o inglês crioulo havaiano. O tok pisin hoje em dia é considerado uma língua crioula, porque já conta com cem mil falantes nativos, apesar de a maioria dos falantes (4 milhões de pessoas) ainda usar o tok pisin como segunda língua. De acordo com o Ethnologue, existem 86 línguas crioulas no mundo. Muitas delas são línguas oficiais do país onde são faladas (como é o caso de tok pisin).