De onde vem a variedade padrão de uma língua? O mais comum é que o padrão seja, no início, uma das variedades regionais de uma língua. Essa variedade, com o tempo, torna-se o padrão e perde sua identificação exclusiva com aquela região de origem. Ela começa a ter valor de destaque em outras regiões também. Mas por que isso acontece? Os detalhes históricos de cada caso podem mudar, mas – em geral – o que determina que uma variedade, e não outra, torne-se o padrão é a importância econômica, política e cultural do local onde ela é usada. Esse processo pode ser um processo relativamente "natural", por meio da influência que o centro do poder tem sobre as outras regiões, ou pode também contar com uma ação política específica ou com uma produção cultural específica gerada pelo centro de poder. Qualquer que seja o meio – "natural" ou intencional – esse processo de formação de uma língua padrão se chama padronização. Um dialeto torna-se uma língua padrão por meio do processo de padronização. Alguns dos agentes de padronização são: - O estabelecimento da variedade como "língua oficial" - O uso da variedade em todos os documentos oficiais - O estabelecimento da variedade como a língua para a educação - A publicação de materiais didáticos na variedade - A publicação de gramáticas normativas baseadas na variedade - A publicação de dicionários baseados na variedade - O uso da variedade em revistas e jornais - O uso da variedade nos meios de comunicação (TV, rádio) - O uso da variedade na literatura - Propaganda sobre as "virtudes" da variedade Não é necessário que todos esses meios sejam usados. Cada um contribui um pouco. O que se nota é que alguns dependem do poder político, e outros dependem do poder econômico (publicação, meios de comunicação).