: performance ou desempenho Vejamos um exemplo de desempenho. Pelo que foi dito acima, todos nós temos a mesma competência lingüística, ou seja, todos nós indistintamente somos capazes de avaliar as sentenças da nossa língua: se são gramaticais ou não; se fazem parte da gramática da nossa língua ou não. No entanto, observamos no dia-a-dia que algumas pessoas convencem, persuadem, emocionam melhor lingüisticamente do que outras. Você arriscaria uma hipótese para o que as diferencia então? O que faz com que algumas pessoas sejam mais habilidosas do que outras no uso concreto da língua, nesse sentido, faz parte do desempenho. Assim como algumas nascem mais habilidosas para nadar, outras nascem com habilidades manuais e outras são mais hábeis com o uso da palavra: seja convencendo, como é o caso dos publicitários talentosos; seja emocionando, como alguns poetas. Essa habilidade em parte também pode ser desenvolvida ao longo dos anos, seja na escola ou com o estímulo da família, de amigos etc., pela leitura e produção textual. Para ilustrar como essa habilidade no uso concreto da língua varia de pessoa para pessoa, diferenciando assim competência de desempenho, na proposta da teoria gerativa, tomemos emprestado um exemplo retirado de Negrão et al. (2002, p.114). Primeiramente, temos um bilhete escrito por alguém que perdeu o pai e, ao aproximar-se o dia de finados, faz um pedido a um amigo:
Como amanhã é dia de finados, eu queria pedir pra você ir ao cemitério visitar o meu pai. Eu gostaria que você pusesse umas flores no túmulo dele e que rezasse, não por ele, mas por mim que, por ter guardado na lembrança somente os momentos de amargura, me sinto tão morto quanto ele.