Leia agora o poema escrito por Manoel Bandeira sobre a mesma temática:
Poema de Finados Amanhã que é dia dos mortos Vai ao cemitério. Vai E procura entre as sepulturas A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas. Ajoelha e reze uma oração. Não pede pelo pai, mas pelo filho: O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida É a amargura do que sofri. Pois nada quero, nada espero. E em verdade estou morto ali. (Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio/Instituto Nacional do Livro, 1970, p.128-129, apud Negrão et al., 2002, p. 114)
Parece ficar claro, a partir desses exemplos, que tanto o autor do bilhete quanto Manuel Bandeira produzem sentenças bem formadas, ou seja, ambos são competentes lingüisticamente. No entanto, existem diferenças no uso concreto da língua, não é mesmo? Essas diferenças dizem respeito ao desempenho, à performance dos autores.