Na operação de focalização com o uso de “é que” nas orações em (102), os constituintes se deslocam para uma posição mais alta e ficam “sanduichados”, isto é ficam entre o verbo ser e o conector que (é que), criando o efeito discursivo conhecido como focalização contrastiva. O verbo ser (foi) e o conectivo (que), considerados na literatura como elementos de clivagem, são usados para criarem efeitos discursivos de focalização. Vejamos.
• em (102a), podemos dizer que o foco recai no sujeito, foi a Maria e não outra pessoa quem comprou o bolo; • em (102b), o foco recai no constituinte objeto direto, foi o bolo de chocolate e não o de laranja; • em (102c), o foco recai no constituinte a festa de sábado e não a festa de domingo; foco no adjunto.
(102) a. Foi A MARIA que comprou o bolo de chocolate para a festa de sábado. b. Foi O BOLO DE CHOCOLATE que a Maria comprou para a festa de sábado. c. Foi PARA A FESTA DO SÁBADO que a Maria comprou o bolo de chocolate.