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Sintaxe L08/B08






Observemos, agora, as sentenças em (85), a seguir. Como a função temática do argumento externo Maria em (85a) realiza o papel temático de agente, parece natural dizermos que a ausência do clítico em (85d) evidencia a perda do sintagma que tem a função temática de agente (ou a de experienciador, por exemplo) e que a alternância de estruturas transitivas para monoargumentais é um processo dessa natureza, como o paralelismo abaixo confirma:

(85) a. Maria quebrou o copo com o martelo
b. * O copo quebrou o martelo
c. O copo se quebrou
d. O copo quebrou

No paradigma em (85), podemos observar que enquanto o verbo de uma construção transitiva seleciona um argumento externo e um argumento interno necessariamente, o verbo de uma construção inacusativa seleciona apenas um argumento interno, argumento que reflete a função temática de tema. Essas restrições selecionais, que permitem estabelecer diferenças entre as estruturas transitivas e as monoargumentais, também podem justificar a divisão dos verbos monoargumentais em duas classes autônomas.