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Semântica e Pragmática






6.3 Atos de fala

Nesta seção, vamos reforçar a idéia que vimos desenvolvendo desde o início do curso, de que, para entender totalmente o significado das expressões lingüísticas, precisamos levar em consideração não só seu significado semântico (ou “literal”), mas também o nosso conhecimento de mundo, e o contexto em que as expressões são usadas. Nós vamos ver que, no uso, a língua sempre serve para alguma coisa. Ela é sempre um ato (e é por isso que a seção é chamada atos de fala!). Para termos um maior entendimento do significado das expressões lingüísticas, precisamos ver para o quê elas estão servindo, em um determinado contexto.
Essa idéia de que a língua em uso é um ato se deve ao filósofo John L. Austin . Foi Austin quem primeiro enfatizou a idéia de que a análise da significação de qualquer ato comunicativo lingüístico não pode deixar de levar em conta o fato de que, ao realizar esse ato, o falante tem a intenção de obter algum efeito. Desse modo, por um lado, esse ato tem um significado literal, ou seja, um significado propriamente semântico, que descreve uma situação ou um evento no mundo, mas tem também um outro significado que está associado ao que queremos que aconteça em conseqüência daquele ato comunicativo. Esse outro significado é chamado ato ilocucionário.
Para entender mais, vamos voltar ao exemplo da sentença com a qual começamos nosso curso.