Pensem também em uma outra situação. Quando fazemos uma viagem pela zona rural, vemos animais que chamamos ‘vacas’. Nunca nos referimos a eles como ‘animais’, nem como ‘nelore’, ‘hereford’ ou ‘zebu’. O termo ‘vaca’ corresponde à categoria do nível básico, isto é, o nível que mais diferencia as categorias, de acordo com a nossa experiência direta com membros da categoria. Podemos dizer então que as palavras associadas a conceitos do nível básico são aquelas que são usadas para fazer referência a entidades em situações típicas do dia-a-dia, a não ser que existam boas razões para sermos ou mais genéricos, ou mais específicos. Em geral, os estudos que se interessam pelas categorias e por sua organização partem da idéia de que os conceitos são entendidos como um feixe de traços (ou, em outras palavras, um conjunto de atributos). Assim, por exemplo, o conceito [AVE] pode ser caracterizado por uma série de atributos como {animal, ovíparo, tem bico, tem penas, voa,...}. É importante lembrar que esses atributos não devem ser entendidos como um conjunto de condições necessárias e suficientes. Mais adequadamente, eles devem ser vistos como atributos que caracterizam o membro prototípico da categoria. Nesse sentido, o gavião é um membro prototípico da categoria AVE, do mesmo modo que o pardal, o sabiá, a águia, o urubu. E a avestruz? Bem, a avestruz tem várias das características do conceito [AVE], mas não voa. O mesmo acontece com o pingüim. Será que pingüim e avestruz deixam então de ser aves? Claro que não. Eles só não são membros prototípicos da categoria, como mostram as seguintes figuras . Dizemos que eles se afastam do protótipo.