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Psicolinguística
5.2 Bilinguismo do indivíduo surdo

O sujeito bilíngüe surdo é fluente em sua língua natural e aprende, através do ensino sistemático uma língua falada ou o sistema escrito que representa a língua oral. No entanto, há uma série de variáveis que fazem de uma comunidade surda um grupo não homogêneo no que concerne à fluência e proficiência nesses sistemas orais. Alguns fatores que interferem nesse processo são: 1) os níveis de surdez; 2) o tempo de exposição aos sistemas; 3) os métodos adotados; entre outros.


No âmbito da educação, atualmente uma abordagem de ensino tem atraído a atenção e adesão dos educadores de surdos: a filosofia educacional do bilingüismo.

Alguns projetos estão sendo desenvolvidos nesse sentido, cujos programas sugerem que a criança surda tenha um primeiro ano de desenvolvimento da língua de sinais enquanto língua materna. No segundo ano, a língua oral escrita vigente no país é adotada como uma primeira língua estrangeira. Exemplo disso é um projeto conduzido na Dinamarca que tem feito um estudo longitudinal com crianças surdas, utilizando os métodos dessa filosofia. Numa extensão desse trabalho no Brasil, os psicólogos Fernando e Alessandra Capovilla_desenvolvem pesquisas psicolingüísticas experimentais visando equacionar o paradigma do bilingüismo da criança surda. A preocupação maior é de que esses indivíduos atinjam seu pleno desenvolvimento cognitivo através de estimulações lingüísticas adequadas à sua configuração biopsicológica.