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Psicolinguística
Para a avaliação do desenvolvimento das crianças surdas usam-se testes de leitura. Esse aprendiz, pelo fato de não ter acesso aos sons da fala, comete geralmente erros visuais que revelam a mediação dos sinais da sua língua cinésico-visual e por isso o maior desafio à abordagem do bilingüismo é de lidar com a descontinuidade entre a escrita alfabética e a língua de sinais. Segundo Capovilla e Capovilla:
“Como a operação de sistemas de representação externa (isto é, a escrita) é sempre feita a partir do sistema de processamento interno, é natural que a criança surda procure fazer uso de sua sinalização interna em auxílio à leitura e à escrita. Enquanto a criança ouvinte recorre às propriedades fonológicas e fonoarticulatórias que constituem a forma de sua fala interna, a surda tende a recorrer às propriedades visuais e quiroarticulatórias que constituem a forma de sua sinalização interna .”


Na opinião dos autores, para a consecução de um bilingüismo pleno do surdo há a necessidade da inclusão do sistema de escrita visual direta de sinais como estratégia heurística para o desenvolvimento cognitivo e lingüístico da criança surda.

Com esse relato, identificamos que ferramentas e métodos psicolingüísticos estão sendo desenvolvidos com o intuito de esclarecer alguns aspectos sobre a relação entre linguagem e o cérebro de indivíduos privados da percepção sensorial auditiva, contribuindo, assim, para o seu desenvolvimento cognitivo e lingüístico e encontrando respostas sobre métodos de ensinos mais adequados a esse público.

Um outro tópico que pode ser desenvolvido em psicolingüística se refere também a um grupo bilíngüe, porém sujeito a uma aprendizagem inversa do sujeito surdo. São os intérpretes de língua de sinais. Vamos levantar alguns problemas nesse domínio, no próximo tópico.