Sabemos que a atividade de tradução necessita a interação de dois sistemas lingüísticos diferentes, pois o intérprete de língua de sinais é usuário de uma língua oral-auditiva enquanto língua materna que adquire, posteriormente, uma língua cinésico-visual. Além disso, ele precisa desenvolver uma competência que, como vimos anteriormente no tópico sobre tradução, difere da competência do uso de uma dada língua. Não há ainda um consenso se ambos os sistemas estariam nas mesmas zonas cerebrais, mas é evidente que na tarefa de tradução há um jogo de vai e vem indispensável para decodificar em segunda língua a mensagem da língua de partida. Aqui, uma grande diferença se manifesta quando falamos de um bilíngüe que não realiza a tarefa de tradução e aquele que está desempenhando essa atividade: o primeiro, frequentemente terá uma inibição (neuropsicológica ou neurofisiológica) desencadeando as “interferências”. Já o bilingue envolvido no processo de tradução monitora ou controla essa produção, pois desenvolveu habilidades para isso. Evidentemente, maiores ou menores graus de monitoramento podem variar conforme a experiência prático-cognitiva dos atuantes, bem como o grau de fluência das línguas de que faz uso.
Nespoulous descreve algumas das interrogações psicolingüísticas sobre o processo de tradução:
1- Qual é o nível de profundidade que o tradutor deve acessar na língua 2 para restituir a mensagem de uma língua 1.
2- Como se dá a acessibilidade das estruturas lingüísticas em língua 2 no momento de uma atividade de tradução.