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Morfologia
7.2 A derivação sufixal

O caso da sufixação é, a essas alturas do nosso estudo, um caso muito mais simples porque começamos a discussão na unidade passada exemplificando tanto a RAE quanto a RFP com casos de sufixação. Vimos também que a sufixação é derivação em especial por esta característica que os sufixos têm de mudar (em boa parte dos casos) a classe da palavra.
É possível que a questão mais difícil seja a da homonímia morfológica Vamos analisar um caso bem complicado, assim você vê a real dimensão do problema. Se tomarmos a gramática tradicional de Cunha & Cintra (2001:94), veremos que na apresentação que os autores fazem da sufixação, o critério parece ser apenas semântico (os autores dizem o que o sufixo significa) e não é claro que reconhecem a existência de homonínia aqui. Examine a apresentação do sufixo -ada transcrita em (8)
Uma primeira observação que pode ser feita com respeito a esta lista é que a classificação sugerida talvez não seja capaz de, dado um caso novo, separar com clareza uma interpretação da outra. Quer ver? Vamos pegar garfada. Esta formação pode ter o sentido de “porção contida num objeto” numa frase como eu comi uma garfada da comida só para ser agradável. No entanto, numa frase como a Maria me deu uma garfada por baixo da mesa para eu ficar quieta, o sentido é de “ferimento ou golpe”, certo? Então classificar o sufixo só pelo sentido da palavra não é uma boa idéia...