Seus conhecimentos sobre o assunto podem ser ampliados pelas leituras adcionais
A estrutura interna das palavras
Agora você já pode ver em que exatamente a teoria gerativa se diferencia do estruturalismo quando se discutem processos morfológicos: o estruturalismo via a palavra como uma seqüência de morfemas, uma série de posições lineares a serem preenchidas pelos diferentes afixos. Falando de flexão, vimos que o preenchimento dessas diversas posições era obrigatório. Por exemplo, a fórmula do verbo de Camara Jr. nos faria esperar sempre o preenchimento das posições lineares que vemos em (13) O estruturalismo não se pronuncia claramente sobre a derivação, mas é razoável supor que é a mesma análise de concatenação linear de formas que estaria em jogo. Por outro lado, o que a teoria gerativa propõe é a presença de estrutura hierárquica dentro das palavras, exatamente porque existem regras que regem as combinações entre afixos e palavras e por isso representar essas relações linearmente seria um equívoco. Vamos examinar em (14) e (15) a versão estruturalista e a análise clássica de Basílio (1987) da palavra descentralizar. A representação que vemos em (14) é a do estruturalismo: os afixos vão se colocando uns ao lado dos outros, sem que ninguém nem nada os obrigue a fazer isso. No entanto, se a afixação de fato acontecesse assim, seria de se esperar que não houvesse qualquer restrição às diversas combinações de sufixos, certo?