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Morfologia
Para Camara Jr. (1970:104), a “fórmula” de um verbo no português é:

Podemos traduzir esta equação do seguinte modo: a organização linear dos morfemas no verbo do português se faz colocando primeiramente o que Mattoso Camara Jr. chama de tema do verbo (isto é, o seu radical seguido pela vogal temática que indica a sua classe) e adicionando a ele os sufixos flexionais
É preciso ainda dizer que, por uma série de razões, pode acontecer de uma mesma forma verbal acabar veiculando informações diferentes: por exemplo, cantava é a forma que expressa a 3a pessoa do singular do pretérito imperfeito do indicativo, mas é também a forma que expressa a 1a pessoa do singular deste mesmo tempo e modo. Camara Jr. (1970:74) trata o problema como um caso de "neutralização no plano mórfico", mas há quem dê o nome de sincretismo a este fenômeno. E isso é um problema? Não, diz Camara Jr, porque o contexto lingüístico ou extra-lingüístico se encarrega de desfazer a ambigüidade.
Já é tempo então de irmos aplicar aos morfemas que acabamos de identificar nesta seção os critérios que Camara Jr. nos sugeriu para diferenciar flexão de derivação.